O que é a retocolite ulcerativa?
Psic. Jackson Maier - Terapeuta Ortomolecular e Psicoterapeuta
Doença inflamatória intestinal (DII) é um termo que engloba duas grandes doenças: retocolite ulcerativa (RU) e doença de Crohn (DC).
A retocolite ulcerativa, ou colite ulcerosa, tema deste artigo, é uma doença que costuma provocar inflamação da parede interna do intestino grosso, também chamado de cólon.
Essa inflamação atinge preferencialmente as regiões finais do intestino grosso e do reto e se caracteriza por edema, erosões e múltiplas úlceras ao longo do cólon, principalmente na parte terminal.
As doenças inflamatórias intestinais têm origem autoimune e são provocadas por ataques do próprio sistema imunológico do paciente contra a mucosa do intestino. Desta forma, torna-se de suma importância a realização da PREVENÇÃO através da Terapia Ortomolecular.
Anatomia
Ao contrário da doença de Crohn, que pode envolver qualquer ponto do sistema gastrointestinal, da boca ao ânus, a retocolite ulcerativa fica restrita ao cólon e reto.
O envolvimento do reto é tão comum, que mais de 95% dos pacientes com retocolite ulcerativa apresenta inflamação dessa região. A ausência de lesões no reto é um forte dado contra o diagnóstico da RU.
A retocolite ulcerativa pode receber diferentes nomes de acordo com a localização/extensão da inflamação. Exemplos:
Proctite ulcerativa: refere-se a doença limitada ao reto.
Proctosigmoidite ulcerativa: refere-se a doença limitada ao reto e ao cólon sigmoide, não envolvendo o cólon descendente
Colite extensa: doença que acomete além do reto e do cólon sigmoide, todo o cólon descendente.
Pancolite: doença que envolve todo o cólon.
Epidemiologia
As doenças inflamatórias intestinais acometem cerca de 0,3% da população. À primeira vista, esse percentual parece baixo, mas quando aplicamos essa taxa a países ou regiões com grandes populações, tais como Brasil, Estados Unidos ou União Europeia, alcançamos números que variam entre 500 mil a 1 milhão de pessoas doentes.
No Brasil especificamente, as DII têm vindo a ficar mais comuns. Da década de 1990 até os dias de hoje, a prevalência da doença de Crohn aumentou cerca de 11% e da retocolite ulcerativa em cerca de 14%.
As doenças inflamatórias intestinais têm características epidemiológicas semelhantes. Ambas são ligeiramente mais comuns nas mulheres e costumam surgir entre os 15 e 30 anos de idade.
Do ponto de vista demográfico, as populações de origem judaica apresentam maior prevalência, principalmente os Asquenazes, que são os judeus provenientes da Europa Central e Europa Oriental. A doença também é mais comum em brancos do que em hispânicos ou afrodescendentes.
Causas
A causa exata da colite ulcerosa ainda permanece desconhecida. Suspeitava-se que a dieta e o estresse pudessem provocar a colite, mas hoje já sabemos que esses fatores podem até agravar o quadro, mas não são capazes de desencadear a doença por si só.
A causa mais aceita atualmente é a origem autoimune. Quando o sistema imunológico tenta combater alguns tipos de vírus ou bactéria invasora, uma resposta imunológica anormal pode surgir, fazendo com que o organismo produza de forma equivocada células de defesa contra o próprio intestino. Através de um Tratamento Terapêutico adequado, realizado por um Profissional, é capaz de promover a autoimunidade. A Prevenção é igualmente importante, portanto, agende uma Consulta o quanto antes.
A presença de linfócitos T e auto-anticorpos contra células do cólon nas lesões da retocolite ulcerativa falam muito a favor de uma origem imunológica.
Fatores de risco
A história familiar é o fator de risco mais importante para a RU. Outros fatores já identificados são:
Uso frequente de anti-inflamatórios.
Gastroenterite por Salmonella ou Campylobacter.
Privação do sono.
Dieta pobre em fibras.
Dieta rica em gordura animal.
Deficiência de vitamina D.
Sedentarismo.
Sintomas
Os sintomas da colite ulcerativa variam de acordo com a gravidade da inflamação e de onde ela ocorre.
O início dos sintomas costuma ser gradual, com agravamento progressivo ao longo de várias semanas. Um episódio isolado e autolimitado de sangramento retal pode surgir semanas ou meses antes do aparecimento dos restantes dos sinais e sintomas da doença.
Os sintomas mais comuns são:
Diarreia (que pode ter a presença de sangue, muco ou pus).
Sangramento nas fezes.
Dor e cólicas abdominais.
Dor para defecar.
Incontinência fecal.
Constipação intestinal.
Incapacidade de defecar apesar da vontade intensa.
Perda de peso.
Fadiga.
Febre.
Anemia.
Nas crianças, atraso no crescimento.
A intensidade dos sintomas pode variar de leve, com quatro ou menos evacuações por dia com ou sem sangue, a intenso, com mais de 10 evacuações por dia com cólicas fortes e sangramento frequente.
Manifestações extra-intestinais
Embora a colite ulcerosa seja uma doença que envolva principalmente o intestino grosso, ela também pode provocar alterações em outros órgãos.
Aproximadamente 25% dos pacientes com doença inflamatória intestinal apresentam manifestações extra-intestinais. 10% já começam a doença com algum sintoma extra-intestinal.
Os principais órgãos e sistemas acometidos são:
Sistema musculoesquelético: a artrite é a manifestação extra-intestinal mais frequente e costuma envolver as grandes articulações. Espondilite anquilosante, osteoporose, osteopenia e osteonecrose são outras complicações possíveis.
Olhos: as manifestações oculares mais frequentes incluem uveíte, episclerite, irite e conjuntivite. Queimação, coceira ou vermelhidão dos olhos são os sintomas oculares mais comuns.
Pele: as lesões cutâneas mais frequentes incluem eritema nodoso e pioderma gangrenoso.
Sistema hepatobiliar: colangite esclerosante primária, esteatose hepática e hepatite autoimune são as doenças mais comuns do fígado e vias biliares.
Sistema sanguíneo: os pacientes com RU apresentam risco aumentado de tromboembolismo venoso e arterial. Anemia hemolítica autoimune é outro complicação possível.
Sistema respiratório: as complicações pulmonares da colite ulcerosa, embora raras, incluem inflamação das vias aéreas, pneumonite, serosite e tromboembolismo pulmonar.
Curso da doença
Os pacientes com retocolite ulcerativa costumam apresentar ataques de diarreia sanguinolenta que duram semanas a meses. Com o tratamento terapêutico adequado, a RU costuma se manifestar com episódios esporádicos de crises seguidos de longos períodos de remissão completa.
Cerca de 70% dos pacientes apresenta pelo menos um episódio de recaída da doença nos primeiros 10 anos após o diagnóstico. Apenas uma pequena porcentagem de pacientes apresenta sintomas crônicos, sem os longos intervalos de remissão completa.
Em geral, os pacientes que apresentam inicialmente proctite isolada têm um curso mais benigno da doença e frequentemente respondem bem ao tratamento terapêutico.
A taxa de mortalidade dos pacientes com retocolite ulcerativa é cerca de 20% maior que na população em geral. Porém, nos últimos 40 anos, a mortalidade têm caído, devido aos novos tratamentos que permitem um melhor controle da doença.
Psic. Jackson Maier, é Terapeuta Ortomolecular e Psicoterapeuta, com especilaização em saúde mental e física, incluindo prevenção e tratamento de doenças no trato gastrointestinal.
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